Resenha: A Bela e a Fera (★★★★★)

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Olá leitores, tudo bem com vocês??

A resenha de hoje é de um dos livros da coleção de clássicos da Zahar ♥ - quem me acompanha no instagram sabe que eu sou apaixonada por ela! Vamos lá?!

Título: A Bela e a Fera
Autoras: Madame de Beaumont e Madame de Villeneuve / Rodrigo Lacerda (apresentação)
Editora: Zahar
Páginas: 238
Classificação: 
(★★★)

Já de cara percebemos que o livro é dividido de uma forma muito bacana: primeiro encontramos um pouco da história das duas autoras, depois as suas obras - duas obras pois essa versão contém a versão clássica da história contada por Madame de Beaumont e a versão original por Madame de Villeneuve - e, por fim, a cronologia. 


A primeira parte, denominada de “apresentação”, nos mostra algumas versões anteriores e parecidas com o enredo e também uma possível teoria de que a história foi realmente baseada em fatos reais. Além de nos mostrar a trajetória de cada uma das autoras, suas características e todo um contexto histórico envolvido.

Madame Beaumont e a versão Clássica:

A primeira versão que o livro nos apresenta é a versão clássica da Madame de Beaumont: é muito parecida com o filme francês (foi inspirado nessa versão) da Bela e a Fera lançado em 2014.

O pai era rico, acabou perdendo seu dinheiro e virou camponês. Duas das filhas, extremamente mimadas e fúteis, ficam inconformadas com a nova realidade e todas as tarefas de casa se acumularam para Bela - sinto um cheiro de Cinderela. O pai acaba tendo a notícia de um possível lucro e resolve viajar para verificar. As duas irmãs pedem vestidos caros dos quais elas sentem tanta saudade e, Bela, pede apenas uma rosa, sabendo que o valor que o pai gastaria com suas irmãs não daria pra comprar mais nada. O negocio acaba não dando certo e o pai retorna pobre novamente.


 No caminho da volta, atravessando a floresta, ele avista luzes entre as árvores. Já cansado, com fome e com frio, ele resolve ir verificar. Chegando lá, ele encontra um banquete, ceia, e depois vai dormir em um dos aposentos. 

Na manhã seguinte ele encontra roupas novas no lugar das suas rasgadas e mais comida. Já descansado, resolve ir até seu cavalo pra retornar para casa, no caminho ele avista uma roseira e acaba retirando uma das flores pra levar a Bela. É nessa hora que a Fera aparece. Após o velho explicar o porquê da sua viagem e do “furto” da rosa, a Fera propõe um acordo: o camponês pode voltar para sua casa e depois retornar com algum filho(a) que se voluntariará de ficar em seu lugar como refém da Fera, ou ele mesmo terá que voltar e assumir esse posto.

Chegando em casa, Bela se sente culpa e está decidida a ficar no lugar de seu pai. Com muita relutância da parte dele, ela acaba indo.



A parte mais interessante do enredo, foi quando a Bela se deu conta de que os sentimentos que nutria pela Fera eram maiores do que uma simples amizade: na visita à casa de seu pai – que a Fera concedeu após Bela prometer que voltaria e, caso contrário, a Fera morreria -, ela encontra suas irmãs já desposadas e vivendo infelizes com seus maridos - um extremamente bonito e outro muito culto. 
Ela se dá conta de que nem beleza e nem sabedoria faz alguém feliz se não tiver virtudes. 

Então a Bela volta para a Fera e aceita o pedido que a Fera fazia todas as noites: se ela aceitava ser a mulher dele. Nesse momento ele se transforma em um belo príncipe e uma fada aparece dizendo que ela merece ter as três qualidades em um esposo – agora bonito, e já virtuoso e inteligente. Além de transformar as suas duas irmãs em estátuas, forma que elas só conseguirão sair após refletir sobre o que fizeram a vida inteira e se arrepender das suas atitudes.


Nesta versão vemos muito bem o sentimento negativo das irmãs que chegam ao ponto de se aproximar de Bela e fingir falsos sentimentos pela irmã na sua visita de prazo estabelecido, para a protagonista adiar a viagem e, consequentemente, deixar a Fera morrer. Outra coisa que fica muito evidente é a extrema bondade da Fera.

Madame de Villenueve e a versão Original:

A outra história é bem mais densa – enquanto a primeira preenche 25 páginas do livro, esta ocupa outras 174 páginas. O enredo é o mesmo, então irei citar apenas as divergências que percebi.

  • A primeira discrepância é a quantidade de filhos que o comerciante tem: enquanto na outra história eram 6 filhos - três meninas e três rapazes -, nesta são 12 - 6 homens e 6 moças.

  • Quando a Bela resolve sacrificar  sua vida pela vida de seu pai, já no castelo, encontramos uma Fera um pouco diferente da outra: nessa versão o monstro é mais seco e sucinto. Sendo esse o principal argumento que mantém os sentimentos de Bela estáticos. A protagonista afirma que não quer morrer um pouco a cada dia tendo que viver com seis palavras por noite e uma solidão constante.

  • A narração - já aparente pela diferença do número de páginas - é bem mais detalhada, além de apresentar um toque a mais de melancolia e até de poesia.


  • No fim temos uma parte em que a Fera explica tudo o que aconteceu com ela e a parte da fada muda muito: tem toda uma história por trás onde aparecem fadas boas, fadas más, um conselho das fadas, reis não conhecidos, parentescos não esperados e assim por diante. Uma figura inédita que aparece é a mãe da Fera: uma senhora um tanto quanto interesseira que demonstra isso quando descobre a origem de Bela e acaba quebrando a cara depois com algumas das revelações da fada.

 

Basicamente são essas as versões. Achei a leitura muito proveitosa, me rendeu vários conhecimentos que eu nunca nem tinha pensado – principalmente a parte da introdução inicial e a última história no momento da explicação da história das fadas. 


Recomendo a leitura pra todos, afinal, é um clássico, mas principalmente para os/as apaixonados/as por contos de fadas e romances. É um livro leve, fluído e realmente bem interessante, me surpreendeu de uma forma positiva! Além de que essa versão da Zahar é um arraso só, não é mesmo?? E o livro contém ilustrações também.


Espero que tenham gostado ♥
XOXO

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3 comentários:

  1. Amei a resenha e essa edição do livro.
    A historia classica da Bela é um amor.😍Era a versão que eu ouvia minha mãe contando e lembro de que fiquei triste quando o filme de desenho ( versão de 1991) não seguia a mesma narrativa.
    O bom é que o filme de 2017 resgatou isso.
    Não sabia que houve uma versão em 2014 .Fiquei curiosa.

    Beijos
    Meu mundinho quase perfeito

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    Respostas
    1. Fico feliz que tenha gostado ♥

      Que legal que ela contava pra você! Um pena mesmo que acaba tendo esses desvios de roteiro...
      Realmente!

      Beijinhos

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  2. Adorei a resenha e o livro parece uma delícia de ler!
    Bjs

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